Ecologicamente responsáveis e muito mais eficientes, as baterias de íons de lítio em suspensão aquosa, desenvolvidas por pesquisadores chineses, podem ser utilizadas em automóveis e equipamentos maiores do que celulares e PMPs.
Um dos grandes problemas das baterias de íons de lítio atuais é a utilização de solventes como meio líquido para os eletrodos. Compostos orgânicos inflamáveis, como o etileno-carbonato, oferecem riscos significativos em caso de vazamento ou superaquecimento, e também limitam o tamanho máximo das células. Por isso, a invenção chinesa é uma esperança para fabricantes de outras áreas além do mercado de portáteis.
A combinação dos íons de lítio utilizados – fosfato-ferro-lítio (LiFePO4) e fosfato-titânio-lítio (LiTi2(PO4)3) –com a cobertura de carbono aplicada aos eletrodos e o ambiente livre de oxigênio desenvolvida pelos chineses liderados por Yong-Yao Xia, da Universidade Fudan em Xangai, proporcionou um aumento de desempenho impressionante às células energéticas.
Em comparação às baterias aquosas comuns, que perdem metade da capacidade de armazenagem a cada 100 ciclos de carga e descarga, as novas pilhas chinesas conservam até 90% da capacidade de carga, mesmo depois de mil ciclos de uso.
Segundo o líder da pesquisa, apesar do avanço já obtido, ainda há um longo caminho a percorrer até chegar a aplicações práticas viáveis das baterias chinesas, mas os próximos passos do projeto já estão definidos: a busca por materiais que não reajam com a água para os eletrodos, ou então tratamentos superficiais que diminuam ainda mais a corrosão do terminais.
Na Universidade de Stanford, Estados Unidos, o especialista em projeto de baterias Yi Cui admite que as baterias aquosas dificilmente vão substituir as utilizadas atualmente em pequenos eletrônicos, por armazenarem menos carga que as baseadas em solventes. Ainda assim, o uso dessa nova tecnologia é garantido em situações de armazenagem em maior escala.
Especificamente na indústria automobilística, cada vez mais exigida em termos de opções elétricas e na geração de eletricidade por fontes renováveis como a energia eólica, as baterias aquosas – por não sofrerem a limitação dimensional das versões com solventes orgânicos – podem se apresentar como solução em termos de tamanho e capacidade de armazenagem de carga.
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