Bill Gates é o segundo homem mais rico do mundo. Talvez o jovem Gates de 1975 já sonhasse com isso, quando abandonou a universidade de Harvard para se dedicar, ao lado de seu amigo Paul Allen, à criação de uma empresa que produziria computadores. O sonho dos rapazes saiu do papel e ali surgiu a Microsoft, que deu origem ao maior império da informática de todos os tempos.
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A empresa cresceu a novas ideias surgiram. Passados cinco anos, Gates, Allen e o recém-contratado e antigo amigo de faculdade Steve Ballmer (atual CEO da empresa) lançavam um sistema operacional para operacionalizar seus computadores, o qual foi intitulado MS-DOS, muito utilizado pelos computadores da IBM à época.
O MS DOS era complicado, tinha uma linguagem estranha, cheia de barras ('\'), comandos ('C:'), códigos e símbolos esquisitos e que dificultava o uso para pessoas comuns. No intuito de dar um empurrãozinho e facilitar a vida dos leigos, surge a ideia de criar uma interface gráfica, uma espécie de máscara, que torna-se aquele sistema acessível e fácil de usar. Nascia ali o Windows há exatos 25 anos, em 20 de novembro de 1985, muito semelhante ao sistema usado no computador Macintosh, lançado pela Apple um ano antes.
Após dois anos de intenso trabalho, em 1985 os rapazes, ou melhor, os executivos lançam o Windows 1.0 com seu sistema de botões, barras de rolagem e, principalmente, janelas (daí o 'windows'), que permitiriam o uso de múltiplos programas ao mesmo tempo. Nele já vinham o eterno Paint, o Notepad, uma calculadora, um calendário e um relógio.
Passados apenas dois anos, Gates lança a segunda versão do seu produto, desenhado para um processador mais avançado, melhorando seu aspecto organizacional, a disposição das janelas, incluindo teclas de atalho. As adequações agradavam cada vez as empresas, que passavam a fazer maior uso de computadores com o OS de Gates nos escritórios. Com o Windows 2.0, a Microsoft se tornaria a fabricante do software para PCs mais vendido no mundo, em 1988.
Mas foi com as duas próximas versões, o Windows 3.0 (lançado em 1990) e o Windows 3.1 (em 1992), que o sistema operacional se tornou o mais usado entre os computadores, que começavam a se popularizar com o surgimento de processadores mais poderoso, como o Intel 386. Com mais rapidez, o sistema tinha uma capacidade gráfica melhor, mas ainda requeria diversos disquetes para a instalação. Em dois anos foram vendidas 10 milhões de cópias, uma marca importante para a época.
Depois do Windows 3.1, a interface gráfica passou por um completo redesenho e surgiu em agosto de 1995 o Windows 95, o primeiro a incluir o botão 'Iniciar', que facilitava a organização dos programas, que já não mais precisavam ficar em ícones espalhados pela tela. Na primeira semana de vendas, ele vendeu 7 milhões de cópias.
Também foi o primeiro Windows que se adaptou à uma ferramenta que começava a se tornar popular: a internet. O Windows 95 facilitava a configuração de conexões discadas e já incluia um programa para navegar na rede, o então desconhecido Internet Explorer 1, que chegava para desbancar para sempre o líder dos browsers, o Netscape.
Depois do 95, o Windows nunca mais abandonaria a interface com a barra de tarefas e botões para minimizar as janelas. Versões intermediárias foram lançadas até a chegada do Windows 98, em junho de 1998, que trazia como novidade um espaço na barra de tarefas para colocar atalhos para os programas. O Windows 98 foi bastate popular por anos até o lançamento do Windows XP em 2001.
O XP representou uma mudança gráfica importante, com uma interface mais colorida, e visualmente bastante moderna para quem estava acostumado com a sobriedade dos últimos seis anos. O XP, que ainda é usado em 58% dos computadores, acompanhava o surgimento de conexões de internet mais velozes, de banda larga, o que começou a possibilitar a troca de arquivos na internet e, como consequência, uma maior pirataria do sistema operacional. Em uma tentativa de barrar as cópias ilegais, a Microsoft começou a integrar mecanismos para verificar a licença do sistema instalado nos computadores, como o Windows Genunine Advantage, uma alerta no canto da tela que incomodava os usuários de cópias pirateadas e impedia a instalação de outros programas da Microsoft, como até o Internet Explorer.
A história das versões seguintes já são mais conhecidas. Depois do sucesso do XP, há quase 4 anos, em janeiro de 2007, a Microsoft tentou emplacar uma nova versão do sistema, graficamente redesenhada. O Vista foi lançado depois de dois anos de desenvolvimento, mas não causou o mesmo impacto que o lançamento das versões anteriores. Com tantos anos de uso, os usuários e principalmente as empresas já estavam adaptadas ao XP e viram poucas vantagens no sistema, que ainda exigia um computador com configurações muito além da média dos computadores da época e tinha problemas de compatibilidade com muitos dos softwares e equipamentos disponíveis na época. Ele ficou no mercado por pouquíssimos 2 anos e meio até o lançamento da versão mais recentes, o Windows 7, em outubro de 2009.
O Windows 7 veio para superar o fracasso do Vista. Mais leve e já compatível com a maioria dos programas, desta vez a nova versão do sistema foi recebida com elogios, mas até hoje não conseguiu substituir a popularidade de dez anos do XP.
Desafios
Se até a metade da década a inovação passava pelos computadores, há quatros anos o PC começou a perder relevância para os dispositivos móveis que acessam a internet e para o surgimento de programas que não rodam dentro do computador, mas na rede (ou na nuvem).
Celulares e, neste ano, os tablets, passaram a ser vistos como aparelhos que terão cada vez mais importância na vida das pessoas. E nesta área a Microsoft perdeu espaço e não soube usar sua experiência de décadas para garantir a presença dominante que tem nos PCs para os aparelhos portáteis.
O mercado de aparelhos móveis, diferente dos computadores, abriu espaço para mais empresas, fabricantes e desenvolvedores de softwares e sistemas operacionais, que nem sempre são compatíveis entre si. Exemplo disso é a Apple que criou a partir do iPhone um ambiente de sofware fechado em que só entra quem a empresa deixar.
Agora a Microsoft pretende retomar a posição que uma vez teve, de empresa que lidera a inovação. Lançou neste ano um sistema para celular completamente redesenhado, o Windows Phone 7, cujos aparelhos começaram a ser vendidos neste mês nos EUA. Depois de 25 anos líder no mercado de PCs, a empresa outra vez se espelha em concorrentes para vislumbrar mais outros 25 anos com um papel indissociável da evolução da computação, cada vez mais móvel.