Um aparelho mágico e revolucionário capaz de mudar para sempre a maneira como consumimos informação. O iPad é a aposta mais ousada que a Apple já lançou no mercado. O produto rapidamente ganhou a mídia e, é claro, caiu no gosto dos consumidores. Em pouco mais de seis meses foram 4,2 milhões de aparelhos vendidos.
Infelizmente o Brasil ainda não foi contemplado com o produto, mas é muito provável que ainda em 2010 ele dê as caras por aqui. Enquanto ele não chega oficialmente ao país, é hora de conhecê-lo em detalhes para que, caso ele o conquiste, você já possa começar a se programar para comprar o seu.
Mas quais sãs características que fazem do iPad um aparelho sem precedentes? Ele é mesmo revolucionário? O produto entrega tudo aquilo que promete? Analisamos o tablet da Apple de maneira detalhada e apresentamos um resumo com os principais pontos fortes e fracos do aparelho.
Aprovado O que chamou nossa atenção
Design
Leveza e praticidade são palavras perfeitas para descrever o iPad. Com pouco menos de 700 gramas e espessura de 1,34 centímetros, o tablet é sem dúvida uma das melhores opções para se levar para qualquer lugar. Discrição é a palavra-chave para o produto que, em muitos casos, pode ser acomodado em uma bolsa ou pasta com muita facilidade.
Com cantos arredondados o iPad acaba se tornando um item ideal para leitura, seja de livros, revistas ou quadrinhos. A plataforma para games, em especial aqueles desenvolvidos especificamente para o aparelho, surpreende pela ótima utilização da maioria dos recursos disponíveis no aparelho.
Prático, o iPad pode ser utilizado tanto em um carro, acoplado ao painel graças a suportes de velcro (vendidos separadamente), ou no ônibus, graças a sua leveza. Se esta versão não deixa em nada a desejar nesse quesito, a expectativa é que a próxima contemple as mesmas modificações que foram feitas no iPhone 4 ou no novo iPod Touch, o que o tornaria ainda mais leve.
Touchscreen
Desde o lançamento do iPhone, um dos aspectos que mais chamaram atenção no aparelho é a qualidade do touchscreen. O sensor de movimento desenvolvido pela Apple impressiona pelo preciso tempo de resposta e pelas múltiplas possibilidades de reconhecimento.
No iPad não é diferente. Com uma tela de 9,7 polegadas, mesmo os movimentos mais longos são perfeitamente reconhecidos pelo aparelho. Toques curtos, toques com dois dedos ou o simples deslizar de uma página da direita para esquerda são todos respondidos de maneira precisa.
Não é necessário forçar os dedos em momento algum e o resultado é um desempenho suave e natural em qualquer uma das tarefas. Algumas ferramentas permitem inclusive que o usuário faça desenhos a mão livre, com precisão tanto para traços quanto para o preenchimento.
O movimento de pinça, que permite ampliar e diminuir áreas de textos e imagem, também responde com agilidade ao comando do usuário. Em se tratando de touchscreen, o iPad é uma garantia de que o usuário não vai se irritar ou passar raiva com a falta de respostas precisas aos seus movimentos.
Perfeito para leitura
Talvez uma das maiores revoluções provocadas pelo iPad diga respeito à leitura. Mais do que se comportar como um excelente reader, o aparelho faz com que até mesmo uma nova linguagem e um novo jeito de criar conteúdo para leitura sejam necessários para melhor conforto do usuário.
A iluminação da tela, em qualquer uma de suas intensidades, não é cansativa para a visão. Além disso, o formato e o peso do aparelho sugerem que ele se comporte como um grande livro virtual. E o conteúdo acompanha o nível de qualidade.
Além de livros com pequenas animações entre uma página e outra, são as revistas e as histórias em quadrinhos os grandes diferenciais da “programação” do seu tablet. As boas publicações usam e abusam das imagens em movimento.
Um ótimo exemplo é o app Marvel Comics. A maneira como a tela se desloca, automaticamente, de um quadro para outro sugere uma espécie de transição de slides, criando um novo jeito de se ler quadrinhos.
Jogos com ótima qualidade gráfica. E viciantes!
O iPad não foi concebido como uma plataforma exclusiva para jogos. Porém, com ele em mãos, prepare-se, pois essa será uma das funções com a qual você vai despender mais tempo. A qualidade gráfica de alguns jogos adaptados para o aparelho surpreende.
Títulos como Street Fighter IV ou Resident Evil 4 se comportam visualmente de maneira agradável. A jogabilidade, nesses casos, não é tão fluída como nos consoles, mas não é nada que comprometa o desempenho do usuário. Porém, a grande atração fica por conta dos jogos feitos para o iPad e que exploram ao máximo seus recursos.
Apps como FlightCtrl HD, Fruit Ninja ou Angry Birds e Labirynth 2 são grandes exemplos da utilização inteligente do touchscreen e do acelerômetro. O iPad é compatível ainda com apps de iPhone e iPodTouch. Elas podem ser executadas em tamanho original (centralizadas na tela) ou em tamanho adaptado. Algumas adaptações são bem-sucedidas, outras nem tanto, mas no geral todas elas se comportam muito bem no novo formato.
Duração da bateria
Ir a qualquer lugar sem se preocupar se a bateria vai acabar no meio do caminho. Um dos pontos altos do iPad é a duração de sua bateria. Em standby o aparelho pode passar dias ligado sem que a descarga seja completa.
Já em funcionamento, em nossos testes, foram necessárias 11 horas para que a bateria saísse de 100% até se esgotar por completo. O tempo de duração é mais do que o dobro dos principais notebooks e netbooks do mercado.
Esse tempo pode ser ainda maior caso o seu foco seja apenas a leitura ou música. Aplicativos como games ou mesmo a execução de vídeos consomem mais bateria. No entanto, independente da sua escolha, é inegável que uma duração média de 11 horas é algo extremamente bem-vindo.
Reprovado Do que esperávamos mais
Indisponibilidade do teclado em PT-BR
Esse ponto negativo não é uma particularidade do aparelho, e sim uma característica prejudicial em especial aos usuários brasileiros. A primeira versão do sistema operacional do iPad não contempla o teclado em português do Brasil, ou PT-BR.
A consequência disso é a ausência do “ç” no teclado. Se o seu perfil de usuário é daqueles que utiliza o computador para escrever bastante, esse é um ponto em que ele deixará muito a desejar. Se por um lado o teclado touchscreen responde perfeitamente aos comandos do usuário, por outro a digitação de acentos certamente travará a maneira fluída com que você redige.
Para utilizar uma letra “É”, por exemplo, é preciso pressionar a letra “E” por alguns segundos para que um menu com todas as opções possíveis de acentuação surjam e você possa escolher uma entre elas. Em celulares, nos quais a produção de textos longos não é predominante, isso não chega a ser um empecilho.
O problema pode ser minimizado na próxima atualização de software do iPad, prevista para novembro, com a inclusão do PT-BR entre os idiomas. No entanto, ainda assim, a própria estrutura do teclado faz com que o aparelho, ao menos para redação em português, não seja das melhores escolhas.
Ausência de webcam
Assim como a primeira versão do iPhone e do iPod Touch chegaram ao mercado sem câmera fotográfica ou webcam, o iPad segue a mesma linha. Obviamente ninguém sairia por aí com um tablet em mãos para fotografar qualquer coisa que seja.
No entanto, a ausência de uma webcam se torna um ponto negativo na medida em que existem diversos apps disponíveis que utilizam recursos de captação de imagem como benefício ao usuário. Um exemplo disso são os mensageiros, que acabam limitados às opções de texto e áudio.
O problema certamente será resolvido na próxima geração de iPads, mas convenhamos: nada justifica o fato de o aparelho não possuir uma, por mais simples que ela pudesse ser.
Marcas na tela em excesso
Se todo o acesso é feito via toques na tela, é natural que ela deixe marcas da oleosidade dos seus dedos. No caso do iPad as marcas são excessivas e chegam até mesmo a saltar aos olhos quando o aparelho exibe uma imagem com fundo escuro.
Existem flanelas especiais para a limpeza que minimizam o problema, mas ainda assim esse é um aspecto que deixa a desejar. Ao assistir a um filme, por exemplo, entre uma sequência e outra quando surge uma tela escura é impossível deixar de notar as marcas digitais presentes na tela.
Além disso, as marcas se tornam perceptíveis de acordo com o reflexo de luz no ambiente. Raramente elas vão ser incômodas a ponto de prejudicar a sua navegação, leitura ou game. Mas para os mais detalhistas, certamente esse é um ponto que não passará despercebido.
Tempo excessivo para recarga completa de bateria
Se por um lado o fato de a bateria durar mais do que dez horas mesmo com o aparelho em funcionamento constante é um excelente ponto positivo, por outro o processo de recarga, caso você goste de deixá-lo sempre com a bateria cheia, pode desapontá-lo.
Em nossos testes foram necessárias nada menos do que sete horas para que a bateria fosse recarregada de um nível próximo a 5% até a marca de 100%. Esse processo foi feito utilizando-se o cabo USB conectado a um computador.
Caso você utilize o carregador que acompanha o produto, o tempo de recarga é um pouco menor, já que o tablet recebe mais energia. Na prática isso significa que se você estiver em viagem, um dia longe de tomadas e computadores pode matar a sua bateria e fazer com que você dependa ou de levar o carregador consigo ou ter acesso a outro computador.
O desempenho de recarga é inferior se comparado ao de qualquer outro notebook ou netbook. No entanto, o tempo de duração da bateria é significativamente maior. Um ponto positivo que vem acompanhado de outro negativo.
Vale a pena? O que nós achamos
Ele pode até não ser tão revolucionário como muitos propagam, mas não há dúvidas que o iPad é um computador a ser considerado na hora da compra de um portátil. O produto é ideal para quem está em busca de um reader para livros ou quer contar com jornais, revistas e quadrinhos sempre atualizados.
O design e o peso são outros aspectos que fazem qualquer um ser seduzido com muita facilidade por ele. A maneira intuitiva com que ele pode ser utilizado é o que mais chama atenção. Mesmo pessoas leigas ou com pouca prática em informática podem acessar aplicativos e utilizar o aparelho sem muito esforço.
A bateria é de longa duração. Você poderá levá-lo tranquilamente para o trabalho e utilizá-lo ao longo do dia com a certeza de que ao chegar à noite em casa a bateria não terá acabado. Outro ponto alto é a enorme disponibilidade de apps. Como é compatível com a maioria dos aplicativos para iPhone e iPod Touch, é praticamente impossível não encontrar uma opção, gratuita ou paga, que lhe agrade.
Mesmo a ausência de uma webcam ou falta de um teclado com configuração em PT-BR que dificulta a digitação em textos mais longos, são pontos negativos insuficientes para desqualificar o aparelho como uma excelente opção de compra.
Alguns desse pontos negativos devem ser solucionados em breve com a atualização do sistema operacional para a versão 4, que trará suporte para recursos multitarefa . Rumores apontam que, assim como o iPhone, o Ipad deve ganhar uma versão com tela retina, câmera e o recurso facetime.
Com perfil ideal para usuários que desejam consumir conteúdo, embora também seja possível produzir de maneira satisfatória com ele, o tablet é sem dúvida um dos coputadores mais interessantes desta geração. Se um iPad cabe dentro do seu orçamento, não pense duas vezes: vale a pena adquirir.